terça-feira, 27 de setembro de 2011

Machado de Assis era Mulato!!!!

Por Michel Blanco . 26.09.11 - 11h33

O espelho

Machado de Assis virou um “case” inglório, esculhambado numa peça publicitária que pretendia, vejam só, enaltecer o patrimônio nacional e a memória brasileira. Mulato, o Bruxo do Cosme Velho é interpretado por um ator branco no comercial em comemoração aos 150 anos da Caixa Econômica Federal.
O erro não é gratuito, embora também não seja intencional — e esse é o lance. Sem querer, a peça publicitária da Borghierh/Lowe revela uma herança bem brasileira: o racismo velado. Não só existe como nos esforçamos em ignorá-lo, tamanha é a força persuasiva da ideia de que um país outrora escravocrata possa ser livre de preconceito racial.
Tal representação está na origem do mito fundador do Brasil, aquele de que somos uma conjunção harmônica de índios, europeus e africanos. Um papinho manjado, mas duradouro, que vinga como solução imaginária para tensões de uma nação formada de maneira autoritária, de cima para baixo.
Assim que transmitido, o comercial da Caixa foi detonado por críticas. De mesa de bar ao Twitter, ouviram-se queixas. A pá de cal foi despejada pela Seppir (Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), que solicitou a suspensão da peça. Foi atendida pela Caixa, inclusive com pedido de desculpas.
Do episódio todo, sobra a constatação de que não só há preconceito no Brasil como também não sabemos lidar com o assunto. Ao se desculpar pelo malfeito, a Caixa fez outro e matou o mulato: “O banco pede desculpas a toda a população e, em especial, aos movimentos ligados às causas raciais, por não ter caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com a sua origem racial.” Machado, certamente, ficaria duplamente fulo. Que mal há em ser mulato?
Quanto à agência, todo expertise, brand, target e jargões afins não foram páreo para a ignorância, esterco que aduba todo preconceito. Ninguém em sã consciência pode supor que o embranquecimento de Machado é deliberado. Mas o que é senão preconceito enraizado o simples fato de um grupo de publicitários nem sequer se questionar se o maior escritor brasileiro pudesse não ser branco?

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Carta à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

Carta à Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República sobre campanha dos 150 anos da Caixa Econômica Federal


A Caixa Econômica Federal reafirma a esta secretaria e aos movimentos sociais por ela defendidos o seu compromisso com a responsabilidade social e o respeito à diversidade. Esta instituição sempre estará alinhada com política de igualdade do nosso Governo Federal, regida pela justiça social e oportunidade para todos.

Em suas peças publicitárias, a CAIXA sempre buscou retratar a diversidade que caracteriza o nosso país, como pode ser demonstrado nas campanhas elaboradas em parceria e com o apoio dos movimentos sociais e da própria Seppir.

 
No entanto, a CAIXA pede desculpas por sua última peça publicitária comemorativa aos 150 anos do banco, que teve como personagem o escritor Machado de Assis. A CAIXA lamenta que a peça não tenha caracterizado o escritor, que era afro-brasileiro, com sua origem racial.

A CAIXA informa que suspendeu a veiculação e tomou providencias para anulação do pagamento da campanha, elaborada por agência publicitária contratada pelo banco.

Como ressaltou esta secretaria em sua nota, o episódio acontece exatamente no momento em que estamos, a Seppir e a CAIXA, construindo um termo de cooperação que envolve, entre outros, aspectos relacionados à representação de pessoas negras nas ações de comunicação.

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

SIGNIFICADO DE ÁFRICA.

            A palavra ÁFRICA possui até o presente momento uma origem difícil de elucidar. Foi imposta a partir dos romanos sob a forma AFRICA, que sucedeu ao termo de origem grega ou egípcia Lybia, país dos Lebu ou Lubin do Gênesis. Após ter designado o litoral norteafricano, a palavra África passou a aplicarse ao conjunto do continente, desde o fim do século I antes da Era Cristã.

Mas qual é a origem primeira do nome? Começando pelas mais plausíveis, podese dar as seguintes versões:

• A palavra África teria vindo do nome de um povo (berbere) situado ao sul de Cartago: os Afrig. De onde Afriga ou Africa para designar a região dos Afrig.

• Uma outra etimologia da palavra África é retirada de dois termos fenícios, um dos quais significa espiga, símbolo da fertilidade dessa região, e o outro, Pharikia, região das frutas.

• A palavra África seria derivada do latim aprica (ensolarado) ou do grego aprike (isento de frio).

• Outra origem poderia ser a raiz fenícia faraga, que exprime a ideia de separação, de diáspora. Enfatizemos que essa mesma raiz é encontrada em certas línguas africanas (bambara).

• Em sânscrito e hindi, a raiz apara ou africa designa o que, no plano geográfico, está situado “depois”, ou seja, o Ocidente. A África é um continente ocidental.

• Uma tradição histórica retomada por Leão, o Africano, diz que um chefe iemenita chamado Africus teria invadido a África do Norte no segundo milênio antes da Era Cristã e fundado uma cidade chamada

Afrikyah. Mas é mais provável que o termo árabe Afriqiyah seja a transliteração árabe da palavra África.

• Chegouse mesmo a dizer que Afer era neto de Abraão e companheiro de Hércules!



Extraído: História geral da África, I: Metodologia e pré-história da África / editado por Joseph KiZerbo. – 2.ed. rev. – Brasília : UNESCO, 2010. Pág. XXXI

terça-feira, 30 de agosto de 2011

 


TRABALHO INTERDISCIPLINAR -  FÍSICA E FILOSOFIA

IDENTIFICAÇÃO:
Nome da escola: E.E PROF.º ANTÕNIO CORRÊA DE CARVALHO
SÉRIE: 3ª SÉRIE 
TURMA: 301
TIPO DE TRABALHO:  EM GRUPO
 VALOR:
NOTA:
FILOSOFIA
15,0

FÍSICA
8,0


Participantes (nome completo ) :                                      Série:           Turma:
1)     
2)     
3)     
4)     
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6)     
7)     
8)     
Título do projeto:
Tema: Otimização e uso racional de energia elétrica e seus desdobramentos sociais.
Problema a ser pesquisado:
Professores orientadores:  Hallan de Oliveira / Sebastião Jorge da Silva Junior
  1. JUSTIFICATIVA (É a “desculpa “ que você dá para fazer a pesquisa.Qual a importância? Qual a relevância  para as pessoas         envolvidas?Pode contribuir em que para melhorar nossa sociedade? É A defesa do seu projeto.)

  1. OBJETIVO (É a contribuição que o projeto quer dar ao conhecimento daquele tema.)

  1. METODOLOGIA (É o modo de obtenção de dados que sustentarão  a pesquisa: levantamentos de dados no local)


4.    PRODUTO FINAL ( Como vai apresentar, divulgar  o seu  resultado e para quem.)

5.   FONTES DE PESQUISA (Podem ser pesquisas bibliográficas, entrevistas ,internet,etc)

6.   CRONOGRAMA (São os  prazos para o cumprimento das tarefas no passo-a-passo do projeto.)
DATA
ATIVIDADE
O5/09/11
Apresentação dos dados levantados, para elaboração de cálculos e elaboração.












Sugestão de estrutura do trabalho: 

  1. Filosofia (estudo da realidade atual sobre o uso da energia, observando suas demandas sociais e implicações culturais e ecológicas)
  2. Elaboração filosófica sobre o assunto ( produção de texto)
  3. Demonstração de casos (parte de Física)
  4. Relatório sobre atividade e valores agregados


Esquema de metodologia

 
As leis da dialética (A dialética é outra forma de “equacionar” o conhecimento cientifico principalmente nas ciencias humanas)

  1. ação recíproca, unidade polar ou "TUDO SE RELACIONA";
  2. mudança dialética, negação da negação ou "TUDO SE TRANSFORMA";
  3. passagem da quantidade à qualidade ou MUDANÇA QUALITATIVA;
  4. interpenetração dos contrários, CONTRADIÇÃO OU LUTA DOS CONTRÁRIOS.

P.S.: Deve-se ressaltar que essas regras da dialética são exclusivamente adotadas pela dialética marxista. Esta metodologia diz respeito as ciencias sociais de forma geral, e tenta explicar os mecanismos de transformaçao que ocorrem de uma sociedade em determinado tempo histórico.

Lembretes:

Este cronograma de orientação da metodologia do trabalho  estará disponivel no blog:   http://hallan-vernaculo.blogspot.com  e no site:  www.sjfisica.com.br

No blog assistam ao video “Histórias Das Coisas”, os ajudarão  a realizar a tarefa de conectar filosofia e fisica.

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

TEMA DE FILOSOFIA

A atitude científica
O senso comum
O Sol é menor do que a Terra. Quem duvidará disso se, diariamente, vemos um pequeno círculo avermelhado percorrer o céu, indo de leste para oeste? O Sol se move em torno da Terra, que permanece imóvel. Quem duvidará disso, se diariamente vemos o Sol nascer, percorrer o céu e se pôr? A aurora não é o seu começo e o crepúsculo, seu fim?
As cores existem em si mesmas. Quem duvidará disso, se passamos a vida vendo rosas vermelhas, amarelas e brancas, o azul do céu, o verde das árvores, o alaranjado da laranja e da tangerina? Cada gênero e espécie de animal já surgiram tais como os conhecemos. Alguém poderia imaginar um peixe tornar-se réptil ou um pássaro? Para os que são religiosos, os livros sagrados não ensinam que a divindade criou de uma só vez todos os animais, num só dia? A família é uma realidade natural criada pela Natureza para garantir a sobrevivência humana e para atender à afetividade natural dos humanos, que sentem a necessidade de viver juntos. Quem duvidará disso, se vemos, no mundo inteiro, no passado e no presente, a família existindo naturalmente e sendo a célula primeira da sociedade? A raça é uma realidade natural ou biológica produzida pela diferença dos climas, da alimentação, da geografia e da reprodução sexual. Quem duvidará disso, se vemos que os africanos são negros, os asiáticos são amarelos de olhos puxados, os índios são vermelhos e os europeus, brancos? Se formos religiosos, saberemos que os negros descendem de Caim, marcado por Deus, e de Cam, o filho
desobediente de Noé. Certezas como essas formam nossa vida e o senso comum de nossa sociedade,
transmitido de geração em geração, e, muitas vezes, transformando-se em crença religiosa, em doutrina inquestionável. A astronomia, porém, demonstra que o Sol é muitas vezes maior do que a Terra e, desde Copérnico, que é a Terra que se move em torno dele. A física óptica demonstra que as cores são ondas luminosas de comprimentos diferentes, obtidas pela refração e reflexão, ou decomposição, da luz branca. A biologia demonstra que os gêneros e as espécies de animais se formaram lentamente, no curso de milhões de anos, a partir de modificações de microorganismos extremamente simples.
        Historiadores e antropólogos mostram que o que entendemos por família (pai, mãe, filhos; esposa, marido, irmãos) é uma instituição social recentíssima – data do século XV – e própria da Europa ocidental, não existindo na Antiguidade, nem nas sociedades africanas, asiáticas e americanas pré-colombianas. Mostram também que não é um fato natural, mas uma criação sociocultural, exigida por condições históricas determinadas.
Sociólogos e antropólogos mostram que a idéia de raça também é recente – data do século XVIII -, sendo usada por pensadores que procuravam uma explicação para as diferenças físicas e culturais entre os europeus e os povos conhecidos a partir do século XIV, com as viagens de Marco Pólo, e do século XV, com as grandes navegações e as descobertas de continentes ultramarinos. Ao que parece, há uma grande diferença entre nossas certezas cotidianas e o conhecimento científico. Como e por que ela existe?
Marilena Chaui /
convite à Filosofia
Ed. Ática, São Paulo, 2000.


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Mensagem de operários de 1959 é achada na Câmara

     Passados 52 anos, a busca pela fonte de uma goteira perene que incomodava deputados a caminho do plenário levou funcionários da manutenção da Câmara a quebrar parte da plataforma superior do prédio e ressuscitar o passado. Ali, em um espaço chamado de “caixão perdido” pelos engenheiros, mensagens escritas a lápis no concreto e nas estacas pelos peões que ergueram o prédio em 1959 foram descobertas. O operário José Silva Guerra tinha um desejo: “Que os homens de amanhã que aqui vierem, tenham compaixão dos nossos filhos e que a lei se cumpra”.


     No vão entre duas lajes de concreto que sustentam a cúpula da Câmara, em forma de um prato virado para cima, os funcionários encontraram mensagens deixadas pelos trabalhadores que vieram durante a construção de Brasília. Esperança e melancolia se misturam em um português precário. O esperançoso José Guerra completou sua mensagem com uma sentença em tradução livre do latim: “Duraleques ce de Lequis”, para dizer que a lei é dura, mas é a lei (dura lex sed lex, no original em latim).

     Uma busca nos arquivos da Câmara leva ao nome de José Silva Guerra em meio a uma lista com dezenas de operários que trabalharam na construção do prédio. É uma relação dos salários pagos pela “Empreza Brasileira de Engenharia S.A.” em março de 1959. Naquele mês, Guerra trabalhou 208 horas normais e fez 98 horas extras no mês. Contando sete dias de serviço na semana, dá uma média em torno de dez horas por dia.

     Pela carga horária, o salário dele de Cr$ 4.000,00 foi incrementado. Ele recebeu Cr$ 13.314,40, em torno de dois salários mínimos, considerando dados do Dieese que registram o mínimo de Cr$ 5.900,00 na época.

     “O que ganhávamos era pouco, mas dava para viver bem e guardar um dinheirinho”, recordou Claudionor Pedro dos Santos, de 72 anos, que trabalhava como apontador na obra do Congresso. “Trabalhávamos dia e noite. Não tinha domingo nem feriado. O pessoal não reclamava. Existia muita solidariedade”, disse, ontem, ao retornar à Câmara para ver as mensagens deixadas em 1959.

     Nem todas as assinaturas das frases estão legíveis. “Si todos os brazileiros focem diginos de honra e honestidade, teríamos um Brazil bem melhor!”, afirmou um dos operários na parede de concreto. “Só temos uma esperança nos brazileiros de amanhã”, sugerindo que haveria uma pontuação depois da palavra esperança. Escondido entre lajes, estava também o sentimento de Nelson: “Amor palavra sublime que domina qualquer se humano”. Goiânia, escrita ao lado da data, 22-4-59, sugere a cidade de origem do trabalhador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.